Já virou um hábito de muitos brasileiros reunir amigos em casa para tomar um bom vinho e degustar algum prato preparado pelo anfitrião. Agora com a chegada das temperaturas mais baixas essa dobradinha vinho e prato principal ganha ainda mais força. Pensando nisso separamos algumas dicas para você acertar na escolha do vinho e na harmonização com o prato neste inverno. Pra você fazer bonito com os amigos em casa ou no restaurante.
foto: Emiliano de Laurentiss
Assim como dias mais frios pedem pratos mais quentes, dias frios também pedem vinhos mais encorpados, na maioria das vezes tintos. Mas não basta ser tinto, o vinho também deve ser mais calórico e apresentar uma sensação de calor na boca. Para atingir essa sensação uma variação sutil no teor alcoólico é uma boa opção.
Os tintos costumam ter 13% de álcool, então um com 15 % já confere uma sensação mais quente. Foto: by Ulcano
Qual a temperatura ideal para servir?
Os vinhos tintos devem ser servidos entre 16º e 18ºC, no inverno, o que pode ser considerada temperatura ambiente e dispensa refrigeração. Em dias mais quentes, eles podem ficar cerca de 30 minutos na porta da geladeira antes de ir à mesa. Já o vinho branco, deve ser servido entre 9º e 11ºC, independentemente da estação do ano.
fonte: Veja SP
A galera é heterogênea, nada de profundos conhecedores de vinho. O que devo servir?
Aposte em rótulos com custo benefício a seu favor. Geralmente argentinos da uva Malbec, chilenos da uva Carménère ou Cabernet Sauvignon ou italianos da uva Sangiovese da Toscana, por exemplo.
O decanter, espécie de jarra de cristal ou vidro, serve para arejar o vinho, amaciar os taninos e dar uma mãozinha no despertar dos aromas. Aprenda como usar,
clique aqui. Foto: Luigi Anzivino
Impressione com o Decanter
Vinhos jovens e encorpados ou com mais de 5 anos, podem ser servidos no decanter. No primeiro caso, são bebidas que não amadureceram muito e a decantação ajuda a desprender e liberar os aromas primários de fruta. No caso dos outros, o vinho em contato com o ar libera os aromas ‘presos’ e fica mais rico na degustação. Mas atenção, vinhos mais velhos, com mais de 10 anos, devem ser servidos sempre na própria garrafa, para não correr o risco de perder as principais características de aroma e sabor quando em contato com o ar.
É importante degustar o vinho em taças grandes, pois isso ajuda a bebida a apresentar suas melhores características de aroma. Foto: Christina Cholidou
Se a ideia for uma festa completamente regada a vinho, saiba por quais começar e terminar.
Para as entradas ou petiscos, opte por espumantes leves ou Prosecco. Dê sequência com tintos mais leves, só então sirva os encorpados. Para acompanhar a sobremesa ou finalizar antes do café, um vinho do Porto cai muito bem.
Importante: A água é ideal para ‘lavar a língua’ na troca de um vinho por outro ou para poder sentir o gosto do vinho sem a interferência dos sabores do prato, durante o jantar. Foto: John Karakatsanis.
Para acertar na harmonização nos dias frios
Lembre-se, o importante na hora de harmonizar é combinar um vinho e um prato que quando servidos juntos colaborem para ressaltar ainda mais as características um do outro , criando assim um conjunto sensorial prazeroso.
Ponha a mesa e chame os amigos sem medo de errar. Foto por Henry Figueroa
Entradas e pratos informais
A Bruschetta que é fácil de fazer e também costuma agradar um grupo heterogêneo, vai bem com vinhos brancos e italianos leves (Chianti, Montelpucciano D’abruzzo).
Estrogonofe de frango ou carne é delicioso com vinhos rosé.
As fondues caem bem com tintos médios (Carménère ou Cabernet do Chile, Merlot do Brasil ou franceses como Côte Du Rhône).
Churrasco combina com vinhos argentinos da uva Malbec.
No caso das pizzas depende muito do recheio da massa, mas receitas clássicas como margherita, frango com catupiry ou similares, vão bem com vinhos Shiraz (ou Syrah), vinhos italianos leves, Cabernet ou Pinotage sul africanos.
Massas
Em molho leve ou branco
Espumante brut
Branco jovem ou maduro
Tinto jovem leve ou de médio corpo
Em molho condimentado ou vermelho
Espumante brut de boa estrutura
Tinto maduro de médio corpo a robusto
Carnes Vermelhas
Grelhadas ou em molho leve
Espumante brut
Tinto jovem leve ou de médio corpo
Em molho forte
Tinto maduro de médio corpo a robusto
Caças de pêlo
Tinto maduro e robusto
Carnes Brancas
Grelhadas ou em molho leve
Espumante brut
Branco seco de boa estrutura, jovem ou maduro
Tinto jovem ou de médio corpo
Grelhadas em molho forte
Tinto maduro de médio corpo a robusto
Caças de penas, Pato, Coq au Vin
Tinto maduro de médio corpo a robusto
Peru
Tinto leve ou de médio corpo
Branco seco de boa estrutura
Foie Gras
Branco doce de alto nível(Sauternes, Tokay, etc.)
Fortificado doce (Porto Vintage, LBV, Colheita, etc.)
Espumante de qualidade (Champagne Milesimé, Espumante Tradicional, etc.)
Trutas
Trutas Grelhadas ou em molho leve ou crus (também vale para sushi)
Espumante brut ou demi-sec
Vinho branco seco frutado jovem ou levemente maduro
Evitar os vinhos brancos com presença de madeira (fermentados ou maturados em barrica), exceto no caso de peixes defumados.
Com molhos fortes
Branco maduro de boa estrutura
Rosé seco de qualidade
Tinto jovem de leve ou médio corpo
Bacalhau
Tinto jovem ou de médio corpo
Branco maduro, de bom corpo
Sobremesa
Vinho Branco Doce de Qualidade
Exemplos: Sauternes (França) , Alsace (Vendange Tardive e Séletion de Grains Nobles), Tokay (Hungria) e os alemães com os predicados (“mit Predikat”): Auslese, Beerenauslese, Trockenbeerenauslese e Eiswein
Vinho Fortificado Demi-sec ou doce
Exemplos: Porto (Ruby, Tawny, LBV, Vintage, etc.), Jerez(Amoroso, Oloroso ou Cream); Madeira (Verdelho, Boal ou Malmsey), Moscatel de Setúbal, Banyuls, Moscato d`Asti, Banyuls, Marsala, Málaga (Lagrima Christi), etc.
Espumante Demi-sec ou doce
Exemplos: Asti (italiano), Cava (espanhol), Champagne Doux(francês), Sekt Suß (alemão), Blanquete de Limoux (francês) e outros espumantes.
Se você curte um Queijos & Vinhos, não esquecemos de você. Foto: Getty Images
Está pensando naquele tradicional queijos e vinhos?
Pois saiba que muitos especialistas rejeitam a dobradinha queijo e vinhos. Mas há sim combinações nas quais essa dupla funciona.
Um gorgonzola é delicioso com um vinho do Porto.
Um brie derretido no forno com geleia de damasco é perfeito tanto com um vinho branco, como com um tinto de corpo médio, ou então um Carménère Reserva.
O queijo tipo gouda vai bem com vinhos leves, espumantes e brancos.
O de cabra temperado combina com vinhos tintos do Alentejo ou espanhóis médios e sempre com brancos e espumantes.
O famoso queijo português Serra da Estrela feito com leite de ovelha pode ser combinado com um vinho do Porto ou com outros do mesmo país, sempre tintos.
Dica: Escolha pelo menos cinco tipos, entre os de sabores suaves e mais fortes. No entanto, evite servir mussarela, queijo prato ou queijo-de-minas e também provolone e parmesão. Os três primeiros são muito comuns para um evento temático com queijos e vinhos e os dois últimos, muitos fortes e podem atrapalhar a degustação dos outros tipos e também da bebida.
Um brinde e bom apetite. Foto por Peter Thoeny
Mas, em tempo, assim como acontece na moda o mais importante é se sentir bem com as escolhas. Logo, não é porque está frio que você vai deixar de aproveitar aquele tinto leve ou um branco suave que te agrada. Sabores e sensações independem de estações. O que esperamos com as dicas deste post é que elas lhe sirvam mais como um guia que te encoraje a experimentar novos sabores, e que também colaborem para que você receba bem os seus amigos. Tenha um bom apetite e Tim tim!!!