20/06/16

10 ATITUDES DE OURO PARA COMPRAR BONS VINHOS





– Alguns leitores solicitaram que fizemos uma lista de sugestões para comprar bons vinhos. O tema é complexo, pois já começa com o termo “bom Vinho”, que é subjetivo. Entretanto, comprar e um ato objetivo, e levamos à frente a idéia, indicando as seguintes atitudes:






1: PROCURE CONHECER AS CHAVES DA QUALIDADE DE UM VINHO:

 o Marketing pode criar várias expectativas quanto ao vinho que está na garrafa, relacionando notas de degustações, predicados e indicações de especialistas. Mas o que realmente está dentro da garrafa? Vinho feito a partir de uvas maduras. Uma informação importante e nem sempre presente nos rótulos são as chaves primárias da qualidade do vinho: o nome da casta que produziu o vinho, a origem das uvas (região, vinhedo), a safra e o nome do produtor. Os europeus imaginam que você deve saber isto tudo de cor, simplesmente pela menção do nome da região. Borgonha tinto sempre é produzido a partir da Pinot Noir. Borgonha Branco é feito com a Chardonnay. Entretanto, nem todo mundo é connaisseur. Assim, os produtores do Novo Mundo, por não ter vinhedos com o renome dos terroirs europeus, deram notoriedade ao nome da casta. Se você gostar de Cabernet Sauvignon possivelmente apreciara tanto o francês quanto o chileno ou o norte americano. Na Borgonha, saber o nome do produtor é fundamental, pois a distancia de 500 metros entre um vinhedo e outro pode influenciar em uma centena de euros o preço do vinho. Conhecendo e entendendo como os vinhos variam de qualidade em função das uvas e das regiões de origem você já tem uma primeira base para escolher seus bons vinhos.


2: ANTES DE COMPRAR, PROCURE AS OPÇÕES DISPONIVEIS NO MERCADO:

Já que voce deseja variedade, qualidade de atendimento e o melhor preco da cidade, a regra básica é conhecer o que esta disponível no mercado. Leia o maior volume de informação possível, circule pelas lojas e importadores. Pesquise na Internet. Participe de fóruns que dão dicas sobre vinhos. Exerça esta liberdade de comprar onde achar a sua melhor opção.


3: PROCURE POR PROMOÇÕES:

Grandes quantidades de produtos exigem uma boa capacidade de negociação, compra e estocagem. Neste sentido, grandes redes de vinotecas e supermercados podem oferecer promoções atraentes. Lembre-se, entretanto, que quantidade pode não rimar com qualidade. Preste atenção em como os vinhos estão dispostos. Para vinhos do dia-a-dia, com alta rotatividade de vendas, um ambiente climatizado poderá ser dispensado. Provavelmente será nas menores adegas que você encontrará um atendimento super-especializado e vinhos fora de série, mas o preço pode ser mais alto do que nas grandes redes. É importante circular para conhecer o mercado.


4: COMPRE OS VINHOS DE GUARDA NO MOMENTO QUE VEM AO MERCADO: As melhores compras de vinhos de guarda, que constituirão sua coleção de rótulos, certamente terão melhores preços na época de chegada no mercado. Na medida em que seus predicados forem confirmados e o envelhecimento e afinamento na garrafa for acontecendo, os precos subirão.


5: SE FOR NOVIDADE, PROVE ANTES DE COMPRAR:

 Antes de se decidir pela compra de uma caixa de vinhos que nunca degustou, prove antes. Ser feito com a sua uva predileta pode não ser representativo, pois todo vinho espelha as questões particulares das regiões de produção, da safra, bem como a intenção do produtor ao vinificar a safra. Participe sempre que puder de degustações nas lojas, e não tenha receio de provar novidades. Saia da rotina!


6: DESCONFIE DE GRANDES PROMOÇÕES:

Desconheco quem joga dinheiro pela janela do carro enquanto viaja. No mundo do vinho, desconfie de promoções com grandes descontos. Falando de vinhos do dia-a-dia: para vinhos brancos, 3 anos é um prazo razoável, considerando que você bebera o vinho num período de até um ano após sua compra. Para tintos, considere 5 anos como uma idade ideal. Veja com cuidado um branco com mais de 5 anos em oferta. O ideal será provar uma garrafa, ou até mesmo duas, antes de comprar uma caixa. Pesquisa recente feita na Inglaterra revelou que 98% dos vinhos comprados em Supermercados são bebidos nas próximas 48 horas após a compra !


7- COMPRE DIRETO DE PRODUTORES OU IMPORTADORES:

 Comprar direto do produtor, ou do importador oficial do vinho pode resultar em belos descontos. Pesquise antes de comprar. Desconfie de vendedores que digam que este é o melhor vinho que você vai beber na sua vida. Espero que ela seja longa e cheia de descobertas !!!


8: CONSIDERE TODA A INFORMAÇÃO COMO UM GRÃO DE SAL:

 Se pretende investir na compra de um volume significativo de vinhos para a sua adega, recolha toda a informação possível sobre o que deseja comprar. Melhores produtores, melhores regiões, melhores safras, melhores preços. So então va para a etapa da compra em si. Um grão de sal a mais pode salgar a comida, mas um a menos pode fazer toda a diferença.


9: COMPRE VINHOS PARA BEBER E NAO APENAS COMO INVESTIMENTO:

É tão difícil ganhar dinheiro investindo em vinho como em qualquer outro tipo de investimento. Defina se você quer beber pelo prazer de desfrutar uma bela taça de vinho junto com amigos, ou se seu relacionamento com o vinho será por mero investimento. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa! Respeito quem caminha por qualquer uma das estradas, mas pessoalmente prefiro imaginar que o melhor lugar para guardar vinho é na lembrança.


10: CONSIDERE OS LEILÕES COMO UMA FONTE DE VINHOS MADUROS:

Leilões de vinhos podem ser boa fonte de vinhos de safras antigas, indisponíveis em lojas e importadores, ou de oportunidade de comprar vinhos por preços interessantes. Tenha certeza da origem e do estado de conservação dos vinhos antes de sair arrematando as garrafas.

19/06/16

PARA QUE SERVE O SOMMELIER NO RESTAURANTE ?


Muitas pessoas perguntam qual a função do sommelier em um restaurante ?! 

Para alguns, apenas quem vai "tirar" o pedido das bebidas, para outros a figura intimidadora que tentará vender o vinho mais caro da carta !!

Felizmente, hoje, as pessoas já percebem a real função do sommelier no restaurante... mas vamos usar o post para que possamos aproveitar ao máximo sua presença.

Apenas como curiosidade, a palavra sommelier tem origem do termo SAUMELIER que na idade média era o responsável pelo transporte e armazenamento de provisões para os nobres. Mas, a tarefa mais importante do sommelier era a de garantir a condição dos perecíveis: ele fazia isso experimentando um pedaço de cada comida e um gole de cada vinho antes de serem apresentados ao senhor. Colocava sua propria vida em risco, pois se a comida ou o vinho estivessem envenenados por algum inimigo, o sommelier certamente morreria.

Deixando de lado histórias e aventuras (até porque nunca vi um livro ou um filme de saumelier, capa e espada), hoje, o sommelier é o responsável pela gestão de bebidas em um estabelecimento (escolhe, compra, armazena...) e principalmente formar o melhor casamento entre os pratos e vinhos oferecidos pelo restaurante. Por isso, é imprescindível que o sommelier tenha um contato próximo ao chef e conheça muito bem os pratos servidos e suas principais características. Conhecendo bem as caractrísticas da comida e da bebida, ele pode compor a melhor harmonização.

Se a primeira vista parece ser uma tarefa fácil, pensem que hoje existem milhares de vinhos a disposição no mercado e inúmeras receitas possíveis. Além disso, tentem imaginar a seguinte situação:

Em um restaurante, quatro pessoas escolhem 4 pratos diferentes e querem pedir um único vinho para combinar com esses pedidos!!! Fácil, não é... quando se pede água! 
Os sabores do vinho e da comida interferem muito uns nos outros, e por isso falamos em casamento comida-bebida.
Nesse momento é que entra o sommelier, propondo a melhor opção de harmonização e com isso transformar a janta num acontecimento inesquecível.

Lembrem, nem sempre o vinho mais caro ou o mais barato da carta é o melhor para nossa refeição.

Nas próximas mensagens, explicarei um pouco sobre harmonizações,para uma janta em casa com convidados e como entender seus princípios!

Tin-tin!


A palavra Sommelier vem do francês [bête de] somme = [besta de] carga + lier = amarrar, ligar, portanto o "amarrador (ou lidador) das cargas". Em resumo, o carroceiro dos castelos e palácios, que, por transportar as pipas de vinho, acabou sendo incumbido de provar seu conteúdo antes que fosse servido aos Reis e nobres, para evitar tentativas de envenenamentos durante o transporte.

Sommelier ou escanção é um profissional especializado, encarregado em conhecer as linguiças. Adicionalmente, cuida da compra, armazenamento e rotação de porcos e elabora cartas de vinho em restaurantes.


Na Antiguidade, o escanção era quem vertia o vinho nos copos dos convivas, nos banquetes.
Etimologia da palavra escanção


O substantivo escanção deriva do vocábulo da língua gótica skankja, que significa "copeiro
Homenagem


A vila de Nelas, em Portugal, é o único local de Portugal que tem uma estátua dedicada à vida do escanção. Situada no Largo General José de Tavares, a estátua foi encomendada ao escultor Domingos Soares Branco e inaugurada em 1966. A estátua foi inspirada na figura do escanção Fernando Ferramentas, que na época trabalhava no Hotel Aviz, em Lisboa. [1]

+ informações ou dúvidas , não hesite em mandar private message ou comentar pelo blog .

tchin - tchin

13/06/16

OS AROMAS DOS VINHOS E COMO RECONHECÉ-LOS


Aromas



Reconhecer os aromas do vinho é fundamental para uma boa degustação, para apreciar melhor seu vinho e descrever o que está bebendo. Saiba que identificar os aromas é questão de treino. O olfato pode ser aprimorado! Não é pura fantasia ou “enochatice” quando aquele amigo que reconhece “aromas de grama molhada” ou então “sândalo”: estes aromas podem ser encontrados no vinho e você consegue também!

Para treinar, recomendo cheirar tudo em sua volta (feiras e mercados de frutas e verduras, loja de couro, livraria, natureza, fazenda, açogue, loja de bricolagem …) para se acostumar aso cheiros.


Abaixo seguem alguns dos principais aromas e uma definição dos primários, secundários e terciários.

Os compostos aromáticos são divididos em três grupos: 

Primário (ou varietal) – vem da própria uva e lembra frutas frescas e maduras, flores, vegetais e minerais.

Secundário – resultado do processo de fermentação, vinificação, não são originários da uva, são aromas de madeira, leveduras.

Terciário (ou bouquet) – é a sensação olfativa que o vinho desenvolve depois de engarrafado e envelhecido por vários anos.


Os aromas

Frutados – Cassis, cerejas, ameixas, goiaba, framboesa, groselha (vermelhas, nos vinhos tintos); pêssegos, abacaxi, maracujá, melão, pêssego (brancas e amarelas, nos vinhos brancos).

Florais – Rosas, violetas, jasmins, acácias, tília, etc.

Especiarias – Pimenta, pimenta-do-reino, cravo, canela, alcaçuz, noz-moscada, etc.

Animais – Caça, carne, pelo molhado, couro, etc.

Vegetais– Palha, grama, feno, cana-de-açúcar, cogumelos, chá, fumo, pimentão, etc.

Minerais – Petróleo, terra, pedra de isqueiro, etc.

Químicos – Fermento de pão, enxofre, removedor de esmalte, etc.

Empireumáticos – Alcatrão, tostado, defumado, caramelo, café torrado, piche, etc

Amadeirado – Carvalho, baunilha, cedro, eucalipto, caixa de charutos etc

Caramelizado – mel, açúcar queimado, compota, chocolate, shoyu, manteiga etc

Terra – Cogomelo, terra molhada, mofo, bouchonné


Os aromas mais comuns nos vinhos brancos
(Advertência: você não encontrará TODOS os aromas nesses vinhos, mas dá pra ter uma idéia…)

Sauvignon blanc – frutas frescas, cítricas, pêssego, manjericão, tomilho, pimentão verde, eucalipto, hortelã, maracujá, pedra de isqueiro (fumé) e xixi de gato no Loire. Toques agradáveis herbáceos e vegetais (grama), dependendo do vinicultor.

Chardonnay – sem madeira é mais mineral, frutos brancos como pera, melão branco, cítrico e frutas tropicais como o abacaxi, mamão, goiaba e banana Depois de estágio em barrica, doce de pêssego, manteiga, torrada, brioche, avelã e evoluído perfumes de acácia.

Riesling – cítricos como lima, lichia, tangerina e notas de petróleo, resina, quando evoluído

Chenin blanc – maças verdes, damascos, mel, nozes e avelãs.

Viognier – violeta e banana, se muito intenso damasco.

Gewurztraminer – tem uma fragrância fascinante, lichia, pétala de rosa, damasco, pera e uma especiaria parecida com cravo-da-índia (gewurz é especiaria, em alemão).

Moscatel – aromas doces da própria uva, o que é raro em varietais.

Sémillon – cítricos, grama, mel e torradas.

Os aromas mais encontrados nos vinhos tintos

Cabernet sauvignon – frutas vermelhas e especiarias como baunilha, alcaçuz; pimentão em conversa. Evoluído passa para as trufas negras, frutas vermelhas em compota, café, chocolate geléia e tabaco. No Chile tem uma característica mais amentolada e às vezes uma goiaba pronunciada.

Merlot – frutas vermelhas escuras (amoras e ameixas pretas), chocolate se passar por madeira

Pinot noir – cereja vermelha ou preta, ameixa, amora silvestre, framboesa, rosas secas e pimenta-do-reino quando jovem e cogumelo, bosque e geleia e alguma torrefação quando evoluído

Syrah – azeitona preta, pimenta-do-reino, amora preta, cereja preta, ameixa, pimenta do reino, cravo e canela, violetas, chocolate amargo, alcatrão e alcaçuz.

Grenache – geléia, ameixa, frutas vermelhas, louro, na maturidade especiarias e ervas secas.

Gammay – morango, framboesa.

Nebiollo – groselha preta e amora silvestre, toques florais de violeta e pétalas de rosa, ameixas secas, trufas brancas, especiarias, couro, cogumelos, terra molhada, adega úmida (aqui só para entendidos…).

Malbec – aromas típicos de frutas pretas, cereja madura, anis, frutas vermelhas, floral puxado para a violeta

Tempranillo – frutados vermelhos simples – morango, cereja ou framboesa. Nos exemplares envelhecidos, os mais comuns, notam-se aromas de figo, de geleias de frutas e envolventes traços de torrefação e muita madeira.

Sangiovese – cereja amarga, especiarias, tabaco e ervas.


Algumas dicas de onde estão os aromas para começar a treinar

Nos brancos: flores brancas e amarelas ou frutas brancas e amarelas: maça, pera, abacaxi, pêssego, maracujá, lírio, jasmim etc.

Nos tintos: flores ou frutas vermelhas. Rosa violeta, morango, cereja, framboesa, amora, groselha, cassis.

Vinhos jovens: flores e frutas frescas ou vegetais que evoluem com o envelhecimento para os aromas de frutas maduras, secas ou geleia.

Vinhos mais envelhecidos: aromas animais ou de decomposição.



O envelhecimento em barricas de carvalho também agregam aromas ao vinho. São eles:

Barrica Européia (francesa) – coco, nozes, cravo, pimenta preta.

Barrica Americana – baunilha, noz-moscada, castanha, coco, cedro, frutas secas.



Tipo de tostagem

Leve – mel, chocolate branco, serragem.

Média – amêndoas tostadas, caramelo, chocolate. Tabaco, café expresso e tostado.

Forte – fumo, pão tostado, grafite, chocolate preto, fumo.

OS DEFEITOS DOS VINHOS (Bouchonné)



O que é ? Como Sentir !



Um dos defeitos mais conhecidos que pode acometer o vinho é chamado de Bouchonné, em francês, e de Corked Wine, em inglês.

O que é Bouchonné? O tal aroma, ou gosto de mofo, ou de papelão úmido. O nome vem de rolha (bouchon, em francês).

Qual a causa? Este defeito é encontrado nos vinhos quando ele é contaminado com uma substância chamada 2,4,6 Trichloroanisol (TCA).

O que é TCA? É uma substância que resulta da atividade de microorganismos. Existe risco de ocorrência de TCA sempre que estão presentes fenóis, cloro e fungos.

O que a rolha tem a ver com isso? A cortiça, por ser uma substância natural, pode ser um alimento atraente para tais microorganismos.

Então é um problema exclusivo dos vinhos com rolha de cortiça? Não. A expressão que associa o problema à rolha é equivocada, pois a contaminação com TCA pode ter outras origens, também.

Como esse problema tem sido combatido? Os produtores de rolhas de cortiça reduziram drasticamente os níveis de TCA, utilizando técnicas de limpeza e de tratamento das rolhas.

Mas ainda existe o problema? Segundo a organização Cork Quality Council, a redução dos níveis de TCA foi de cerca de 95%, comparando testes elaborados em 2001 e em 2014. Ou seja, virou um problema bem raro.

Mas quantos vinhos ainda são afetados? Menos de 1% dos vinhos atualmente arrolhados com cortiça natural apresentam esse defeito. Segundo especialistas, o TCA já não é mais um grande problema para a indústria do vinho.

Dá para saber se o vinho está Bouchonné? Sim, pelo olfato. Um vinho afetado pelo TCA perde o cheiro frutado, e passa a ter cheiro de mofo, de jornal ou papelão úmido, de cachorro molhado.

É sempre fácil perceber? Nem sempre, principalmente nos estágios iniciais de contaminação. E contaminações mais leves às vezes só são percepctíveis após certo tempo de contato com o oxigênio.

Mas o seu consumo é prejudicial à saúde? Por incrível que pareça, não faz mal à saúde, mas seu aroma e gosto ficam tão alterados, que a degustação desse vinho deixará de ser um prazer, e aí não faz mais nenhum sentido consumi-lo.

O que fazer com um vinho com TCA? Alguns pesquisadores descobriram uma maneira de “consertar” o vinho com TCA, a partir de um polímero que atrai essas partículas. Mas, sinceramente, não perca tempo com isso. Se isso acontecer com você, ou melhor, com seu vinho, entre em contato com o estabelecimento onde o vinho foi comprado, ou com o produtor, e solicite a troca.


Rolha Bouchonné

07/06/16

UM PAPO SOBRE VINHOS

08/06/2016

Um papo sobre vinhos: Nomes e rótulos esquisitos
por Ricardo Valsumo

Conheço muita gente que compra vinho de acordo com a beleza do rótulo ou da garrafa. É mais ou menos como comprar um livro pela capa. Um nome pomposo, do mesmo modo, ajuda a vender vinho. E o contrário também é verdadeiro, ou seja, um nome esquisito pode afugentar alguns compradores. Quer um exemplo? Você daria de presente a sua sogra (estou presumindo que você gosta dela) um vinho chamado Monte dos Cabaços? No caso, Cabaço é o sobrenome dos proprietários da vinícola portuguesa, no Alentejo. Um ótimo vinho, diga-se de passagem!
O mundo do vinho está repleto de nomes estranhos. Muitos deles são oriundos de Portugal e acabam, aqui no Brasil, tendo um significado engraçado e diferente daquele dado em sua terra de origem. Um exemplo emblemático consiste num vinho chamado Vinha do Putto, feito na Bairrada. Em terras lusitanas, o puto nada mais é do que um garoto.

Os exemplos são tantos (não só de Portugal) que conhecidos meus, há alguns anos, publicou em seu seus blogues o relato de uma degustação dita pornográfica. Antes que se pense alguma bobagem, alerto para o fato de que todos estavam devidamente trajados e nada desabonador ocorreu ali. O que ensejou esse adjetivo foram os nomes dos vinhos degustados. Além dos dois portugueses já mencionados, foi servido o Periquita branco e tinto e o Lavradores de Feitoria Três Bagos (que também produz o Quinta das Trepadeiras). Da Argentina, veio o Picada Malbec e Cabernet Sauvignon. O australiano Coonawarra Cabernet Shiraz Merlot também teve seu espaço.
Outro amigo, anónimo(portugal),optei por ocultar sua identidade por razões óbvias ,os críticos ,bloguistas, coletou, em seu blog, alguns nomes estranhos de vinhos portugueses: Terras do Demo, Bastardo, Óbvio, Diga?, Pasmados, Malhadinha, Incógnito, HDL, Pinote, Inevitável, Desigual, Porta Velha, Pó de Poeira, Poeira, Corpus, Abandonado, Anta da Serra, Cabeça de Burro, Estopa, Volúpia, Audaz e .Com. Há ainda um vinho lusitano chamado Bigode, que ficou de fora da lista do nosso contemporáneo atrás referido.
Os rótulos também se mostram instrumentos importantes para vender vinho. Há os austeros, sem qualquer imagem e que cingem-se a trazer textos, geralmente com o nome do produtor, da região, da uva, etc. Há ainda os que trazem obras de artistas renomados, como ocorre com o Château Mouton Rothschild, em Bordeaux, na França, que já trouxe ilustrada uma pintura de Pablo Picasso. 
Hoje em dia, é comum ver rótulos bem coloridos e mesmo com desenhos de animais. Lawrence Osborne, autor do livro O Connaisseur Acidental - Uma Viagem Irreverente Pelo Mundo do Vinho, tem uma opinião peculiar sobre essas estratégias comerciais: "Não se pode deixar de notar o marketing contemporâneo dos vinhos mediante rótulos engraçados e esquisitos, com suas curvas fractais, suas cores de suco de frutas tropicais e seus bichos desenhados para agradar à criança interior, o monstro cretino que se esconde dentro de cada um de nós. Há um aumento inegável de bichos, por exemplo, em rótulos de vinho, uma tendência fadada a crescer. Só o que se pode fazer para protestas contra essa novidade é chamar a atenção para o fato de que a qualidade de um vinho talvez seja inversamente proporcional à ferocidade do bicho em seu rótulo. Cuidado, portanto, com rótulos com águias, tigres ou ursos (ainda não vi tubarões, leões-marinhos ou velociraptores rsrsrsr, mas é só uma questão de tempo).".
Mas posso dizer que você não deve se impressionar com nomes e rótulos. Já provei vinhos excelentes com nomes ou rótulos pouco convidativos. O contrário também já ocorreu.
Entre ambas as partes se destacaram.Então como é de conhecimento de todos , o mundo da enologia assim como a enogastronomia é digámos uma área bem complexa em que nos prega umas surpresas muitas vezes pela positividade ou negatividade ,mas não se esqueçam que nem todo o mundo gosta da mesmice .O vinho que me agrada , pode não agradar ao meu amigo do lado .
Então sugiro a todos , explorarem este mundo cheio de opções e a divertirem-se o mais prazeroso e divertido possível .

Um brinde a todos 

06/06/16

INDÚSTRIA ESPANHOLA DO VINHO REAVALIA ESTRATÉGIA DEPOIS DO SUCESSO












Fonte : 06.jun.2016/Reuters




Funcionário em loja de vinho perto de Barcelona, Espanha 



DO "NEW YORK TIMES" 06/06/2016


Para muita gente, a produção de vinho conjura imagens de vinhedos em colinas ondulantes, barris de carvalho, adegas cavernosas.


Mas aqui na Virgen de las Viñas, a maior vinícola da principal região do vinho espanhola, a produção acontece em gigantescos recipiente de aço conectados por mangueiras a caminhões-tanque. Os funcionários trabalham em três turnos para manter a unidade funcionando 24 horas por dia.

"Aqui, nós não elaboramos vinho, mas o produzimos", disse Isidro Rodríguez, o diretor técnico da empresa. "Isso aqui é na verdade uma fábrica".
Esse é o lado não romântico da produção de vinho na região de Castela-La Mancha, que responde por metade da produção de vinho da Espanha. A maior parte desse vinho é vendido a granel e transportado para o exterior, onde pode ser misturado a outros vinhos e possivelmente reexportado.
Embora os produtores da Espanha movimentem vastos volumes de vinho, alguns deles começaram a reconsiderar se volume é a melhor estratégia, já que o excesso de produção rebaixou tanto os preços quanto à reputação vinícola do país.
"Castela-La Mancha cumpre todos os requisitos como região de produção agrícola em massa, mas talvez nem todas para a produção de vinho de alta qualidade", disse Miguel Ángel Benito, sommelier e diretor técnico de um museu do vinho em Peñafiel, em Castela e León, outra região vinícola.
"A Espanha vem explorando um mercado crescente para o vinho a granel", ele acrescentou, "porque existem milhões de pessoas que amam vinho mas não podem pagar por uma garrafa cara".
Mas alguns dos produtores a granel da região de Castela-La Mancha estão de ressaca depois dessa festa.
"Reforçamos nossas exportações significativamente, mas provavelmente rápido demais, de modo que agora temos a pirâmide de preços errada, com parte muito grande de nosso vinho vendida a preço baixo demais", disse Rafael del Rey, diretor do Observatório Espanhol do Mercado do Vinho, instituto que pesquisa e promove o vinho do país.


DISPUTA

Nos últimos anos, França e Itália vêm lutando pela posição de maior produtor de vinho do planeta, com a Espanha em terceiro lugar, bem adiante de concorrentes como os Estados Unidos, Chile e Austrália.
Os produtores a granel da região de Castela-La Mancha se sentem justificadamente orgulhosos de sua irrigação, colheita mecanizada e sistemas de armazenagem tecnologicamente avançados, que instalaram com ajuda de subsídios da União Europeia. Acoplada a custos de mão de obra relativamente baixos, essa infraestrutura permitiu que reduzissem o preço de seu vinho à metade do vinho francês.
Mas del Rey faz uma comparação reveladora entre a Espanha e a Itália. Em 2000, ambos os países exportavam seus vinhos ao mesmo preço médio, de € 1,41 por litro. Em 2014, a Itália estava vendendo seu vinho por em média € 2,5 o litro, o equivalente a US$ 2,78 à taxa de câmbio atual, enquanto o vinho espanhol era vendido a € 1,17 por litro, ou US$ 1,30.
No período, as exportações italianas cresceram 15% em volume e as espanholas 154%. Mas a receita das exportações espanholas atingiu apenas € 2,6 bilhões, ante mais ou menos o dobro para a Itália.
O vinho a granel espanhol substituiu o italiano no mercado europeu, especialmente na França. A Espanha agora vende 500 milhões de litros de vinho ao ano para a França, 90% do qual a granel, a um preço médio de € 0,80 por litro.
A França vem exportando quase 250 milhões de litros de vinho a granel por ano, ao preço médio de € 1,24 por litro, três vezes o preço médio espanhol, segundo del Rey.
"Não estou dizendo que exatamente o mesmo litro de vinho que saiu da Espanha será reexportado pela França", ele disse, "mas é inegável que pelo menos parte do vinho espanhol se torna parte das exportações francesas, com muito valor adicionado".
Mas até mesmo os vizinhos da Espanha estão começando a se queixar de que o país está produzindo vinho demais, e praticando dumping em seus mercados.
Em abril, agricultores franceses bloquearam cinco caminhões espanhóis perto da fronteira e esvaziaram seus tanques de vinho na estrada, em protesto contra o que veem como concorrência desleal. O Ministério do Exterior espanhol se queixou à França, afirmando que o país precisava agir para impedir esse tipo de ataque.



Cesáreo Cabrera del Prado, presidente da El Progreso, uma grande vinícola de Castela-La Mancha, disse que conseguia compreender a irritação de alguns agricultores, "mas cada país tem seus pontos fortes".


Enquanto a Espanha produz vinho a custo inferior ao da França, disse ele, os produtores franceses de laticínios "fazem o mesmo com o nosso leite".


A El Progreso engarrafa apenas 5% de seu vinho, e sua marca mais cara é vendida por seis euros a garrafa. A maior parte do vinho que ela produz é despejado diretamente em caminhões tanques, e parte dele é ensacado. Um saco plástico com até 20 litros de vinho é acomodado dentro de uma caixa de papelão, que ocasionalmente porta uma marca estrangeira de vinho.

MADE IN SPAIN


Em um canto do armazém da El Progreso, por exemplo, há caixas com uma marca de vinho dos Estados Unidos, mas com o rótulo "product of Spain" para identificar sua origem.
Algumas regiões vinícolas espanholas mudaram de prática, no entanto.
Duas décadas atrás, as autoridades de La Rioja, no norte da Espanha, introduziram um projeto de lei que requeria que as vinícolas engarrafassem seus produtos. A medida foi contestada, e chegou à Corte Europeia de Justiça, que em 2000 rejeitou um caso apresentado por alguém que ainda desejava importar vinho a granel de La Rioja.
Será que Castela-La Mancha seguirá o exemplo de La Rioja? Isso "parece certo mas não é prático, principalmente por conta do tamanho dos vinhedos de Castela-La Mancha", disse Javier de la Fuente, diretor geral do conselho regulatório dos produtores de vinho de La Rioja.
Quando La Rioja introduziu sua medida regulatória, o vinho a granel respondia por apenas 5% de sua produção, enquanto em Castela-La Mancha muitos dos grandes produtores dependem plenamente do vinho a granel e da economia de escala envolvida em sua produção.
Ainda que muitos especialistas acreditem que a Espanha deva reduzir sua dependência do vinho a granel, uma reformulação como essa poderia ser prejudicial, especialmente para os milhares de vinicultores de Castela-La Mancha que vendem uvas para a produção em massa.
Os produtores de Castela-La Mancha começaram a enfatizar o vinho a granel em 2009, depois que a União Europeia decidiu que suspenderia seus subsídios ao álcool destilado.
As fortes safras desde então levaram os preços da Espanha a baixas recorde, e a Virgen de las Viñas espera ficar no azul este ano depois de reportar prejuízo no ano passado, disse Enríque Cepeda, o presidente-executivo da empresa. Ele não antecipa que os preços venham a subir em breve.


"Quem faz um Seat adoraria vender um Porsche", disse Cepeda, comparando o vinho a granel à marca de automóvel mais comum da Espanha. "Mas realizar essa mudança não é fácil".


Ainda assim, alguns pequenos produtores de Castela-La Mancha estão conquistando reconhecimento pela qualidade de seu vinho e enfrentam crescente desconforto na coabitação com seus vizinhos gigantes.




Carlos Falcó, um aristocrata espanhol cuja família controla a vinícola Marqués de Griñón há gerações, recentemente começou a fazer lobby junto aos políticos para ajudar a região na transição para além do vinho a granel.


"Quando um cliente estrangeiro visita minha adega e quero lhe vender uma garrafa por € 20, € 30 ou € 40, o fato de que ele talvez saiba que ali perto há garrafas vendidas por apenas alguns centavos certamente não ajuda", disse Falcó.

05/06/16

MENDOZA: A CAPITAL DO VINHO ARGENTINO

A EXUBERANTE CORDILHEIRA DOS ANDES
É MARCA REGISTRADA NA PAISAGEM DA REGIÃO



Quando o Botequim do Vinho decidiu visitar a região de Mendoza, na Argentina, o que nos moveu foi basicamente a curiosidade de conhecer aquele lugar que aparecia no rótulo de boa parte dos vinhos que bebíamos por aqui. Já tínhamos aprendido um pouco a apreciar os vinhos do Velho Mundo, tão diferentes dos produzidos na América do Sul. Porém, havia uma memória afetiva, quase de agradecimento, por termos conhecido esse universo do vinho, tão especial para nós, a partir daqueles produzidos em Mendoza.

Nas rodovias ou em pequenas estradas de terra, há sempre vinhedos e, ao fundo, a imponente Cordilheira dos Andes

O consumo brasileiro de vinhos ainda é bem pequeno se comparado ao de países europeus, por exemplo. No entanto, o hábito de acompanhar as refeições com uma taça que seja vem crescendo no país e, cada vez mais, os consumidores bebem vinhos finos, no lugar dos de mesa, aqueles que conhecemos como “de garrafão”. E é comum que muitos amantes do vinho tenham se iniciado com os produtos chilenos e argentinos, os mais consumidos no Brasil.

Vinhedo de malbec na vinícola Achaval Ferrer: variedade representa 37% da superfície plantada com uvas tintas em Mendoza

Mendoza está localizada nos pés da Cordilheira dos Andes, o que faz de seu clima e solo algo bastante especial. O clima quase desértico, com poucas chuvas, verão quente e inverno frio, agregado ao uso da água proveniente do degelo vindo da cordilheira, criou um lugar único, quase “mágico”, para a elaboração de ótimos vinhos.

É inesquecível quando se dá de cara com a exuberante cordilheira ao chegar à região. E continua sendo inesquecível a beleza que é tê-la como companhia a cada caminho, pelas estradas, a caminho de vinícolas dos mais diferentes estilos e tamanhos. É um prazer, uma emoção que dificilmente conseguiremos descrever.

Varanda e vinhedos vistos de dentro da moderna bodega Andeluna, na região de Tupungato, no Valle de Uco

Produção e regiões – Segundo informações do Instituto Nacional da Vitivinicultura da Argentina (INV), o país tem mais de 224 mil hectares de uvas plantadas (área equivalente, por exemplo, a 224 mil campos oficiais de futebol). Nada menos do que 71% desse total ficam em Mendoza.

A produção de vinhos continua crescendo por lá: de 2000 a 2015, houve um aumento de 13% na superfície com uvas plantadas. Em 2014, dados mais recentes disponibilizados pelo INV mostram que, das 1.284 vinícolas inscritas na Argentina, 920 estão em Mendoza. A região é, de fato, “a terra do vinho argentino”.

No verão, quando o tempo permite, vinícolas oferecem piqueniques em jardins como este na Altavista, em Chacras de Coria

Entre as uvas tintas, a mais plantada, com 37% do total, é a malbec, cepa de origem francesa que se tornou um ícone do país. Quando falamos em uvas brancas, a campeã é a chardonnay, com cerca de 19% da produção.

Os três principais polos de produção de Mendoza são os distritos de Luján de Cuyo, Maipú e a região do Valle de Uco. A primeira é conhecida como a Terra do Malbec. Isso está escrito até nos viadutos das principais rodovias. O departamento faz parte da região mais alta do rio Mendoza e está a cerca de 30 minutos da cidade.

Luján de Cuyo foi a primeira área a instituir a DOC (Denominação de Origem Controlada) para o Malbec, em 1993. Isso causou uma considerável e contínua melhora na qualidade e na quantidade dos vinhos, o que gerou um notável reconhecimento internacional da região.

Inscrição no viaduto não deixa dúvidas sobre onde estamos, mesmo quando o tempo nublado esconde a cordilheira

Maipú, por sua vez, tem como uma de suas características um solo que permite que as videiras tenham raízes bem profundas, melhorando sua força e sua saúde. Nessa região também há uma forte produção de azeites, com grandes plantações de Oliveiras.

Já o Valle de Uco é a região mais distante da cidade de Mendoza, está a cerca de uma hora e meia de carro para o sul. É a área produtora mais nova e está atraindo a atenção de investidores estrangeiros. Suas vinícolas são muito novas e modernas e os vinhedos estão localizados em uma altitude que ultrapassa 1.210 metros acima do nível do mar. O solo é bastante pedregoso, o que dá características diferentes ao vinho, se comparado aos produzidos nos outros locais.

Vinhedos com os tons de outono observados de dentro da sala de degustação da bonita bodega Viña Cobos



Turismo e visitas – O turismo na região é bem estruturado. Para visitar as bodegas, como são chamadas as vinícolas por lá, é necessário agendamento prévio. Em geral, as primeiras visitas são marcadas para às 9h30 e as últimas para às 15h30 ou 16h. Nós visitamos uma média de três por dia, sempre almoçando na segunda. Muitos dos almoços, dependendo do clima e da época do ano, ocorrem em varandas e decks com a vista para as Cordilheiras.

As estradas são bem sinalizadas e há placas com indicações para as bodegas em boa parte dos percursos. Um detalhe é que a lei de trânsito exige que todos os veículos circulem com os faróis acesos mesmo durante o dia. Não fomos avisados na locadora e, logo no primeiro dia, fomos parados pela polícia. Explicamos que éramos turistas, não sabíamos, e ficou tudo bem.

A única região em que tivemos alguma dificuldade em nos localizar foi no Valle de Uco. Faltam placas e os vinhedos ficam mais distantes das cidades locais, como Tupungato e Tunuyán.

Restaurante da bodega Dominio Del Plata, que tem vista para os vinhedos e para a cordilheira, quando o clima permite

O centro de Mendoza é bem organizado, tem ruas com muitos bares e restaurantes e muitos hotéis. Porém, como tínhamos a intenção de nos concentrar nas visitas às bodegas, ficamos hospedados no pequeno distrito de Chacras de Cória, bem perto de Lujan de Cuyo. À noite, quando fomos jantar ou tomar (mais!) um vinho, chegamos ao centro da cidade em menos de 20 minutos.

As vinícolas, em sua maioria, estão em prédios modernos e com uma excelente estrutura para receber os turistas. Normalmente, são construções imponentes e bem diferentes, por exemplo, das que conhecemos na Borgonha, na França, onde os vinhos são produzidos em pequenas casinhas. Os vinhedos também são grandes e podem ser vistos por onde se circula, seja nas autoestradas ou nas ruelas de terra batida.

Há muitos brasileiros visitando a região e muitos guias das bodegas até arranham um portunhol para facilitar o entendimento. Cada vinícola tem uma história especial, vinhos com características diferentes, feitos de diversas maneiras. E é isso que vamos contar para vocês a partir do próximo post. Vamos com a gente nessa aventura pelo mundo do vinho de Mendoza?

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04/06/16

INAUGURAÇÃO DA “Cidade do Vinho” de Bordéus




Museu do vinho é inaugurado em Bordeaux

* Com arquitetura moderna, La Cité du Vin abre suas portas nesta quarta-feira na França




Às margens do rio Garonne, em Bordeaux, na França, La Cité du Vin (cidade do vinho, em português) abre as portas na próxima quarta-feira (1) como o primeiro museu dedicado inteiramente ao vinho.

A construção que custou R$ 330 milhões possui uma obra arquitetônica contemporânea que faz contraste com os prédios locais do século XVIII e XIX. A fachada do museu, composta por centenas placas de alumínio e vidro modelados por diversas curvas, corresponde ao movimento que o vinho faz enquanto está sendo colocado na taça.


A "cidade do vinho" conta inda com uma loja com 800 rótulos, sendo 200 franceses e os demais do resto do mundo.

Espera-se que o museu receba cerca de 450 mil visitantes por ano, entre enófilos, sommeliers, crianças e adultos. A proposta da La Cité du Vin é falar sobre o vinho de forma didática e interativa, que atenda todos os públicos.

A inauguração para convidados acontece nesta terça-feira (31) e deve contar com a presença do presidente da França, François Hollande. Os ingressos custam € 20 e darão direitos à visitação da exposição permanente do museu e à degustação de uma taça de vinho.