01/01/16

VINHO - UMA HISTÓRIA DE DELÍCIAS E PRAZERES











Passando pelas épocas greco-romanas e chegando a atual sociedade, analisaremos como se desenvolveu a tradição milenar de degustarmos um bom vinho.


ORIGENS ANTIGAS

Embora a produção de vinho tenha começado a crescer exponencialmente durante o Império Romano e o seu consumo tenha se difundido socialmente também nos povos da Grécia Antiga e do Egito, os arqueólogos acreditam que a história do vinho possa ter se iniciado ainda no período pré-histórico, com uma espécie de hominídeo anterior ao homo sapiens, chamada de Cro-Magnon, que habitou o planeta Terra há quarenta mil anos atrás e deixou evidências de que já poderia ter conhecido o vinho.

A história do vinho só passa a ser registrada com o surgimento da escrita, e logo os principais autores gregos passam a mostrar o seu fascínio por esta “bebida dos deuses”, termo utilizado pela primeira vez por Homero em sua obra Ilíada. O primeiro registro escrito da humanidade, intitulado Gilgamesh, também faz referência ao vinho, tratando-o como uma bebida capaz de gerar a imortalidade àquele que a degustar.


Você sabia que a garrafa de vidro e a rolha foram utilizadas pela primeira vez no século XVII na França?

Além do consumo do vinho estar associado principalmente às grandes festas, livros antigos também comprovam que a bebida já fora utilizada inúmeras vezes como uma prática médica, tendo sido recomendada para o tratamento de doenças como: asma, constipação e indigestão, e ainda para questões terapêuticas e dermatológicas.

Ao longo da história, o vinho ainda apresenta diversas outras formas de utilização para as sociedades, tendo sido associado a uma bebida afrodisíaca, adotou um sentido romântico, e passou a ser muito utilizado entre os casais. Por outro lado, o vinho também foi visto como uma bebida sagrada, capaz de proporcionar a libertação da alma e o encontro com os deuses, como apontado por diversas religiões.
A BEBIDA DOS DEUSES SE ESPALHA PELO MUNDO

Tanto os gregos, como os egípcios e os romanos tratavam o vinho não apenas como a bebida ideal para os grandes banquetes, festas e comemorações, mas sim, lhe atribuíam uma função sagrada. Na cultura egípcia, por exemplo, os faraós organizavam queimadas de vinhedos e as ofereciam aos deuses, enquanto os sacerdotes o utilizavam nos rituais sagrados. Já nas culturas greco-romanas podemos perceber a presença inclusive de deuses do vinho, como o Baco no Império Romano e o Dionísio na Grécia.

Até os tempos atuais ainda podemos perceber que o vinho apresenta este caráter sagrado para a humanidade, sendo utilizado como representação do sangue de Jesus Cristo, para a religião mais popular do mundo, o cristianismo. Outras religiões como o judaísmo, o islamismo e o protestantismo também denotam ao vinho algum tipo de função simbólica.


Você sabia que Portugal é o único país em que se produz o raro vinho verde?

Com o progresso do consumo do vinho pelas civilizações, o avanço do comércio entre as nações e a colonização europeia das Américas, o vinho passa a ser amplamente difundido pelo mundo, tornando-se logo uma bebida muito consumida nos países em que chegava. Em paralelo ao aumento da produção e expansão do vinho, o seu consumo deixa de ser restrito apenas às maiores classes da sociedade, e a bebida passa a se tornar um dos ingredientes principais das festas ao redor do planeta.


O consumo médio mundial anual per capita é de 14 litros de vinho, enquanto estima-se que no Brasil este consumo seja de duas garrafas por pessoa.
O VINHO NA SOCIEDADE ATUAL

A partir da revolução industrial, que permitiu o surgimento de maquinários capazes de aumentar e facilitar a produção do vinho, todo o processo de cultivo, produção e comercialização da bebida tem passado por constantes evoluções e, atualmente, o vinho é apontado como sendo a segunda bebida alcoólica mais consumida no planeta, perdendo apenas para a cerveja.


Segundo os dados da OIV (Organisation Internationale de la Vigne et du Vin), em 2010 o mundo produziu 31 milhões de hectolitros de vinho.

Mas, afinal, o que faz com que seja tão agradável tomarmos uma taça de um bom vinho? Os cientistas já estudaram as reações químicas provocadas pelo consumo moderado da bebida dos deuses, e conseguiram constatar que ao ingerirmos certa quantidade de vinho, o cérebro passa a liberar um maior número de serotonina, substância que é capaz de gerar um estado de bem-estar e felicidade no indivíduo.

Além de questões fisiológicas que tornam o consumo do vinho uma experiência tão prazerosa, cabe-se salientar a importância que um consumo moderado da bebida pode provocar à saúde da pessoa, tendo sido comprovada a sua colaboração para evitar doenças vasculares, doenças coronárias, a redução ao risco de diabetes, entre outras.


Você sabia que o consumo moderado de vinho reduz as chances de doenças coronárias, doenças do cérebro, doenças respiratórias e doenças relativas ao aparelho digestivo?

Contudo, até que uma garrafa de vinho possa chegar à sua mesa e seja capaz de aguçar os seus momentos e ainda melhorar a sua saúde, vimos que a produção e o consumo de vinho passou e vem passando por um longo processo de evolução, seja nas formas de produção, ou nas formas como a sociedade trata esta bebida sagrada, que vem conquistando as gerações há milênios.

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