01/01/16

VINHOS | Novidades e bobagens do mundo do vinho
















O mundo moderno do vinho é constantemente assaltado por modismos. Alguns, são inovações interessantes, que acabam por se incorporar à vida dos enófilos. Exemplos: os vinhos orgânicos e biodinâmicos, elaborados com uvas produzidas sem agroquímicos ou de acordo com os princípios da Antroposofia, do pensador alemão Rudolf Steiner. Os vinhos de garagem. A tampa rosca, ou screw cap, em vez de rolhas, para vinhos ligeiros. A degustação de espumantes em taças de vinho branco tranquilo, mais bojudas do que as flûtes, que permitem maior expansão dos aromas da bebida. Ou a irreverência do espumante com gelo, lançada pela Moët & Chandon (uma boa ideia para a praia, ou para a beira de piscina).


Outras novidades me parecem extravagâncias bastante questionáveis. Por exemplo, o envelhecimento de vinhos em ânforas de barro, em lugar das tradicionais barricas de carvalho, como ocorria há milhares de anos na Grécia ou em Roma. Não provei nenhum desses vinhos. Mas, quem provou, disse que não gostou. Quero crer que gregos e romanos utilizavam este tipo de recipiente porque não conheciam as vantagens do carvalho e do aço inox… Imitá-los, com a tecnologia disponível hoje, me parece que seria algo como substituir o trator pelo arado de boi. Ou, então, misturar água do mar, mel e ervas aos vinhos, como faziam os antigos gregos… Mas a extravagância mais recente de que tive notícia é a passagem de champagnes e espumantes por decanter, até que todo o gás se tenha ido embora. Ora, se é para servir um vinho sem gás, então por que não beber logo um branco tranquilo?


O mundo do vinho está em permanente evolução. É bom que seja assim. As novidades são sempre bem-vindas. Mas certos modismos não podem ser levados muito a sério. Exatamente porque são…modismos.

Sem comentários: